Nesse 20 de novembro, é importante lembrarmos alguns dados sobre o Brasil que comprovam que a luta anticapitalista precisa, necessariamente, de um viés antirracista. Atualmente no Brasil, cerca de 55% da população se declara como Negra. Segundo dados de 2015, 76% das pessoas empobrecidas eram Negras, ou seja, classe social no Brasil tem cor. A sociedade Brasileira é fruto de séculos de políticas públicas supremacistas: da escravidão e da proibição de ex-escravizados de terem acesso à terra até políticas de embranquecimento da população, passando pela criminalização histórica da cultura Africana que perdura até hoje.
Ainda hoje, o terrorismo do Estado afeta, principalmente, o povo Negro. A militarização de territórios de maioria Negra (71 de cada 100 pessoas assassinadas são Negras) e as políticas de encarceramento em massa (64% das pessoas encarceradas são Negras) são alguns exemplos. Também é o caso da Reforma da Previdência que querem aprovar. Segundo dados de 2010, a expectativa de vida média no Brasil é de 72 anos, mas se fizermos um corte racial, os números são: homem branco 69 anos, mulheres brancas 71 anos, homens negros 62 anos e mulheres negras 66 anos. Se considerarmos a idade mínima de 65 anos para se aposentar do projeto de reforma, o povo Negro que vai morrer trabalhando.
Enquanto anarquistas da Coordenação Anarquista Brasileira, devemos fundamentar uma crítica racial ao Estado e ao capital. O anarquismo não tem outra chance a não ser descolonizar-se para enfrentar as lutas e construir uma alternativa real junto ao povo Preto. O Estado Nação e o capitalismo não se dissociam e através deles não é possível a verdadeira transformação social. Devemos destruí-los sobre todos os eixos de dominação imposta.
Contra o Genocídio do Povo Negro!
Destruir a supremacia branca!
Posted on 20/11/2018 by CABN
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