Nota de Repúdio à intervenção imperialista na Síria

Posted on 06/09/2013 by

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O Coletivo Anarquista Bandeira Negra publicamente condena o prelúdio de um genocídio contra o povo sírio protagonizado pela OTAN e principalmente pela máquina de guerra estadunidense, que além de cooperar com milícias terroristas, arrasta a opinião pública e demais nações subalternas contra outros povos.

Condenamos e repudiamos todo e qualquer ensaio para a destruição em massa de civis que venham a ameaçar a autodeterminação dos povos em resistência contra o imperialismo. Contra um imperialismo que usa de pretextos “democráticos” para financiar guerras intervencionistas para justificar seus interesses econômicos. Contra um imperialismo que se ancora nos grandes meios de comunicação dominados pelos conglomerados árabes sauditas e sionistas, com o intuito de influenciar diretamente a opinião pública provocando ondas de racismo e xenofobia. Contra um imperialismo que repete este discurso há séculos desde a expansão econômica estadunidense em larga escala sobre os continentes americanos, africanos e asiáticos, no apoio das ditaduras latinoamericanas e nas intervenções contra o “terrorismo” nos países árabes.

Séculos de guerra genocida evocam a continuidade deste modelo capitalista que só encontra um único objetivo: a liquidação dos antagonismos. A Síria é o próximo obstáculo. As grandes reservas de petróleo e de gás na Síria são as causas da apropriação dos recursos energéticos estratégicos. O controle pela região e pelos recursos é decisivo para a superação da crise econômica européia e estadunidense. Por estas razões a tentativa de golpe sobre governos árabes incide na mesma política de expropriar os serviços de exploração desses recursos.

Apesar da arena política internacional e do governo sírio não estarem na construção de um projeto de transformação social profundo, devemos firmar nossa solidariedade para com o povo sírio que, na resistência da primavera árabe, das massas nas ruas e das revoltas que têm sacudido outros países europeus até o Brasil recentemente, reivindicamos à frente dos problemas internos o repúdio às ameaças de invasão. O povo tem exigido mudanças como nos outros países. As nações imperialistas buscam desenhar novas fronteiras, delimitando zonas de exclusão social e étnicas, com os curdos, fragmentando resistências dos de baixo. A política de Barack Obama segue passo a passo o terrorismo de Estado de seu antecessor, promovendo-se de pretextos para atuarem como agentes internacionais de policiamento.

Nós, socialistas libertários, temos clara a idéia de que o atual modelo capitalista não está em crise, pelo contrário, adequa-se e reformula-se constantemente, principalmente pelas guerras de origem econômica. Somos contra toda forma de governo que se utiliza de regimes opressores sobre seus povos e não compactuamos com nenhuma lógica ditatorial ou processos transitórios. Nos solidarizamos com o povo explorado e oprimido em quaisquer circunstâncias que se exprimam, pela prática da solidariedade na luta contra as elites.

Contra a invasão imperialista!

Resistir e lutar!

Coletivo Anarquista Bandeira Negra

Santa Catarina, Setembro de 2013