Jlle | Campanha Protesto Não é Crime!

Posted on 20/10/2014 by

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O Brasil e os movimentos sociais do País foram marcados pelas jornadas de junho de 2013. As reduções das tarifas do transporte coletivo em diversos municípios e os avanços no debate sobre mobilidade urbana foram notáveis e reconhecidos mundialmente. No entanto, também como resultado das mobilizações, muitos militantes dos movimentos sociais brasileiros estão pagando um preço alto por não desistirem de lutar por um mundo melhor. Prisões políticas e processos sem sentido se tornaram comuns. E não apenas no eixo Rio-São Paulo. Em Joinville, somente do ano passado para cá, cinco militantes respondem a 21 processos judiciais.

Por aqui, a onda de criminalização recente começou em 14 de agosto do ano passado. Na data, movimentos sociais como a Frente de Luta pelo Transporte e o MPL (Movimento Passe Livre) protestaram numa reunião do Conselho da Cidade, na Sociedade Harmonia Lyra. Uma dobradiça supostamente quebrada resultou num processo sem provas a um militante, que agora pode responder por dano ao patrimônio. Os absurdos não pararam por aí. As empresas do transporte coletivo decidiram investir pesado para tirar os manifestantes das ruas e reiniciaram seus ataques no Judiciário.

Postagens em blogs e entrevistas à mídia passaram a servir de base para apontar lideranças em movimentos populares horizontais – sem lideranças – e criminalizá-las por ações em manifestações das quais, algumas vezes, nem chegaram a participar. Além disso, em 22 de janeiro, pouco depois do término de um protesto pacífico, três militantes foram detidos após uma confusão criada pela Polícia Militar por causa de uma bicicleta dentro de um ônibus. Fotos e vídeos comprovaram que fiscais das empresas do transporte coletivo haviam liberado a permanência do veículo dentro do ônibus que ia do Terminal Central para a zona Sul.

Mesmo assim, a PM reuniu cinco viaturas e incontáveis policiais para parar o coletivo e forçar a retirada da bicicleta. Dois dos processos judiciais criados nesse dia foram retirados após a apresentação dos vídeos ao Judiciário. Naquela data, um dos militantes chegou a ser ameaçado de morte por um oficial da PM. Para lutar contra essa criminalização crescente contra os movimentos sociais, pela garantia da liberdade de manifestação e pela livre organização lançamos a campanha Protesto Não é Crime. Mesmo com todas as pressões os movimentos sociais não se calarão e nem deixarão de ir às ruas lutar contra essas e outras injustiças. Junte-se a nós, divulgue e participe das atividades da campanha!

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