No dia 29 de Abril de 2015, o governador Beto Richa instaurou um verdadeiro estado de exceção no Paraná, sendo o responsável pelo massacre cometido pela polícia contra o movimento dos servidores e servidoras públicas, que contava com o apoio de estudantes e outros setores na luta contra o ataque à previdência.
Os lamentáveis acontecimentos daquele dia escancaram o verdadeiro caráter do Estado e seu papel na manutenção da “ordem”, entendendo-se aqui como a ordem da classe dominante, que utiliza-se do aparato estatal para manter os seus privilégios e garantir a execução de seus interesses. Quem pagou pela crise, mais uma vez, foram as classes exploradas. Porém, sabemos que os verdadeiros responsáveis são aqueles que estão no poder e que tentam forçar o povo a arcar com o ônus da ruína que eles mesmos criaram.
Desta vez, no entanto, os setores oprimidos pagaram não apenas com o seu bolso, mas também com o seu sangue. A repressão ocorrida no Centro Cívico viola todas as garantias constitucionais “democráticas” em matéria de direitos humanos e liberdade de manifestação. O que apenas nos revela, mais uma vez, aquilo que os anarquistas já sabem desde sempre: quando se trata de garantir os interesses da burguesia, não há lei que não possa ser violada pelo Estado. O reforço da lei vale apenas para as classes dominadas; os abusos ilícitos da polícia e do Estado que a comanda raramente são punidos, ainda que venham a ser muito mais graves e criminosos.
Mas os ataques do governo do Paraná àqueles que lutam e resistem não se encerram por aí. Nesta semana, foram veiculadas reportagens em dois meios de comunicação do estado, a CBN e a RPC (filiada à Rede Globo), nas quais a Secretaria de Segurança Pública tecia acusações infundadas ao Coletivo Quebrando Muros, acusando-o de ser um grupo criminoso que teria se “infiltrado” nas manifestações para promover ações violentas contra a polícia. Ora, sabemos muito bem que a responsável pelas ações violentas daquele dia foi a própria polícia e que o Coletivo Quebrando Muros tem militantes ativos no movimento dos professores e professoras do Paraná.
Nas mesmas reportagens, a polícia e os jornalistas acusam os “supostos black blocks”, antifascistas e o Coletivo Quebrando Muros de “pregarem a anarquia”, como se o anarquismo fosse contrário à organização social. Porém, se o Estado acha que isto vai intimidar os libertários e anarquistas, ele está muito enganado. A luta vai continuar e os libertários continuarão ativos!
Este ataque calunioso tem interesses claros: desviar o foco do massacre cometido pela polícia no dia 29 de abril e criminalizar os movimentos e organizações políticas que lutam e defendem os interesses da classe oprimida. A liberdade de organização foi conquistada com o sangue e a vida de centenas de militantes durante a ditadura, apenas para sofrer um novo ataque do governo Beto Richa. Um governo que busca sair impune das graves violações aos direitos humanos cometidas no dia 29, e ainda assim conserva cinismo o suficiente para acusar organizações políticas que apoiavam os protestos de serem criminosas. Tal é o papel do Estado: reprimir os movimentos sociais, perseguir organizações políticas, massacrar manifestações que buscam lutar contra a perda de direitos dos trabalhadores. Tudo para manter os privilégios das classes dominantes intactos.
As mentiras de Beto Richa não intimidarão o povo em luta. Chega de perseguição! Calúnias não intimidarão as organizações em luta!
Protesto não é crime!
Arriba lxs que luchán!
As bandeiras rubro-negras continuarão erguidas!
Toda solidariedade ao Coletivo Quebrando Muros!
Retirado de: http://anarquismo.noblogs.org/?p=150
Posted on 15/05/2015 by CABN
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